sábado, 26 de dezembro de 2015

Localização das actividades económicas e equipamentos públicos

A descrição da localização de alguns serviços e equipamentos públicos, que se fará de seguida, pretende caracterizar os espaços funcionais da área de estudo em 2011, procurando identificar as principais zonas onde se desenvolvem actividades económicas e as centralidades. Simultaneamente, é possível identificar as subsecções onde sobressai uma mono funcionalidade residencial do espaço urbano. Os serviços georreferenciados são de elevada especialização, com excepção das padarias, que são um serviço de proximidade.

A figura seguinte, referente à localização das agências bancárias, permite-nos identificar a localização destes serviços de elevada especialização. A sua localização é representativa da importância do eixo compreendido entre os Novos Arruamentos e o Centro Histórico. Observa-se que as agências bancárias se localizam exclusivamente no lugar de Albergaria-a-Velha e se concentram numa área reduzida, com uma extensão linear inferior a 700 metros, identificativa da principal zona de actividades económicas da área de estudo. As agência bancárias encontram-se na Praça Fernando Pessoa, na Rua José Nunes Alves, na Rua 1º de Maio, na Alameda 5 de Outubro, na Avenida Dr. José Homem de Albuquerque e principalmente no eixo formado pela Praça Ferreira Tavares/Avenida Napoleão Luiz Ferreira Leão, onde se concentram três agências bancárias.

 photo Anexo III.21 Bancos.jpg


A maioria dos equipamentos de Saúde, incluindo as farmácias, centro de saúde e uma clínica privada, encontram-se no eixo económico central, que se estende desde a extremidade sudeste de Assilhó até ao Centro Histórico de Albergaria-a-Velha. Fora deste eixo encontramos apenas duas clínicas privadas, sendo que uma está localizada na Rua Padre Matos e a outra na Rua Marquês de Pombal (Campinho), em edifícios principalmente residenciais; o Posto Médico e de Enfermagem, na Rua dos Mártires da Liberdade, e um Lar de idosos, ainda no Centro Histórico; e o Lar de Idosos da Misericórdia, em Assilhó.

 photo Anexo III.22 Sauacutede.jpg



No que diz respeito aos equipamentos culturais e educativos, observa-se uma maior disseminação pelo território, embora Albergaria-a-Velha concentre os de maior dimensão. Neste lugar localizam-se os equipamentos culturais mais relevantes, entre os quais a Biblioteca Municipal (localizada no Centro Histórico), o Arquivo Municipal e o Cineteatro Alba (localizados no eixo económico central); a Escola Secundária localizada nos Novos Arruamentos, mais propriamente na Rua Américo Martins Pereira; a nova Escola Básica com 1º e 2º Ciclo, edificada numa posição excêntrica em relação ao perímetro urbano, na zona sul da cidade; dois equipamentos de Pré-escolar privados e um público, situados no quarteirão formado pela Avenida Bernardino Máximo de Albuquerque e a Rua Gonçalo Eriz; e um Pré-escolar privado na zona norte do lugar, na Rua 1º de Dezembro. No lugar do Sobreiro, junto ao seu principal eixo (antiga N16), encontra-se a Escola Básica do 1º Ciclo e um Pré-escolar público. Em Campinho localiza-se o Colégio de Albergaria (com valências que vão do Pré-escolar ao Secundário), na zona nordeste, e uma creche privada, na Rua Marquês de Pombal. Encontramos ainda uma Creche privada em Assilhó, na sua zona oeste, conhecida como “Alto de Assilhó”, e uma Escola Básica do 1º Ciclo em Açores, no seu sector sudeste. Na Sr.ª do Socorro, São Marcos e nas Frias não se localiza qualquer equipamento, embora neste último lugar tenha sido recentemente encerrada uma Escola Básica do 1º Ciclo, facto que indicia a perda de relevância local deste lugar.

 photo Anexo III.23 Educaccedilatildeo.jpg



Ao observarmos a figura seguinte, podemos identificar novamente o eixo económico central, onde se destaca um conjunto importante de equipamentos e serviços públicos. Os principais serviços georreferenciados em Albergaria-a-Velha encontram-se nos Novos Arruamentos (a Repartição de Finanças e a Segurança Social, na Rua Prof. Egas Moniz, e o Instituto do Registo e Notariado, na Rua Serpa Pinto) e no Centro Histórico (Junta de Freguesia, Câmara Municipal e Tribunal, na Praça Ferreira Tavares; Registo Civil, Quartel dos Bombeiros Voluntários e Posto dos Correios no eixo formado pela Rua do Hospital e Rua Dr. Alexandre Albuquerque). No lugar de Campinho, no seu eixo central junto ao núcleo histórico, localiza-se o Posto da Guarda Nacional Republicana. Recentemente, foi construído um novo Quartel dos Bombeiros Voluntários na Zona Industrial, no lugar do Taco. Os restantes lugares da área de estudo não possuem qualquer equipamento ou serviço da administração central ou local.

 photo Anexo III.24 Serviccedilos Puacuteblicos.jpg



Por último, os estabelecimentos de panificação têm uma distribuição mais difusa na área de estudo. Em Albergaria-a-Velha, estes concentram-se no eixo económico central (4), no eixo formado pelas ruas do Hospital, Dr. Alexandre Albuquerque e 1º de Dezembro (2) e na Rua Comendador Augusto Martins Pereira (2). Em Campinho, encontramos duas padarias no seu principal eixo, a Rua Eng.º Duarte Pacheco; em Assilhó, existe uma padaria no seu setor nordeste e outra no limite sul; no Sobreiro, encontramos apenas uma padaria. Nos restantes lugares não existe qualquer estabelecimento deste tipo, o que comprova mais uma vez o seu carácter residencial e monofuncional.

 photo Anexo III.25 Padarias.jpg

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Planeamento e Condicionantes Administrativas

O Plano Director Municipal de Albergaria-a-Velha, em vigor desde 1999, estabeleceu as linhas orientadoras do desenvolvimento concelhio e da expansão do perímetro urbano. A freguesia de Albergaria-a-Velha, como referido no preâmbulo, afigurava-se como essencial na prossecução destes objectivos, constituindo-se como um factor estratégico para o desenvolvimento das outras freguesias e para “consolidar e reforçar o sentido de comunidade e de pertença e as dinâmicas socioeconómicas locais”. Na área de estudo, o PDM consagrava a Classe de Espaço Florestal como aquela que ocupava a maior área – 21,52 km², que correspondem a 71,52% da área de estudo. O Espaço Urbano detinha 3,93 km², correspondentes a 13,05% do território em análise, subdividido em Espaço Urbano de categoria A – 1,35 km² – e Espaço Urbano de categoria C – 2,58 km². Enquanto o Espaço Urbano de categoria C se encontrava presente em todos os lugares, o Espaço Urbano de categoria A encontrava-se circunscrito aos lugares de Albergaria-a-Velha, Assilhó e Sobreiro. Se nos dois primeiros correspondia à maior parte do seu espaço urbano, neste último lugar encontrava-se delimitado ao seu sector nordeste, entre a Linha do Vouga e as ruas Marquês de Pombal, de Santa Cruz e Eng.º Duarte Pacheco. O Espaço Agrícola, por sua vez, era composto pelas categorias de Espaço Complementar – 0,49 km² – e Espaço Protegido – 2,04 km². Este, ocupando grandes manchas contínuas no lugar do Sobreiro, algumas manchas mais reduzidas na envolvente dos perímetros urbanos, em particular nas Frias e em São Marcos, e outras ao longo das principais linhas de água, assim como preenchendo alguns interstícios da malha urbana, correspondia a 8,38% da área de estudo. O Espaço Natural Protegido acompanhava os terrenos marginais da Ribeira de Albergaria, ao longo de uma área com 0,27 km². O Espaço Barreira correspondia às principais vias de comunicação – IP5 e A1 – e à Estação de Tratamento de Águas Residuais, entretanto desmantelada. Por último, o espaço destinado à Indústria Transformadora era de 0,65 km², estando ainda previstos 0,83 km² como espaço Potencial. Estes espaços totalizavam cerca de 1,48 km², sensivelmente 5% da área de estudo.


 photo PDM classes de espaccedilo.jpg


Recorrendo à análise do Relatório de Fundamentação dos Perímetros Urbanos, elaborado pela CMAAV no âmbito do processo de revisão do PDM, podemos identificar os espaços efectivamente consolidados e comprometidos e os espaços ainda livres e por ocupar. Na freguesia de Albergaria-a-Velha o nível de execução é bastante elevado (78%), facto que revela, por um lado, a contenção adoptada na definição do perímetro urbano do PDM de 1999 e, por outro, a dinâmica de ocupação e execução do solo urbano.

O espaço da área de estudo engloba algumas manchas classificadas no PDM de 1999 como condicionantes administrativas. Inseridos na Reserva Ecológica Nacional encontram-se 4,82 km², que correspondem a 16% da Área de Estudo. Destes, 0,98 km² dizem respeito a Cabeceiras de Linhas de Água, que se situam na envolvente da Zona Industrial e a norte do Sobreiro; 1,94 km² a Zonas de Máxima Infiltração, que acompanham o leito da ribeira de Albergaria; e 1,9 km² a Zonas com Risco de Erosão, situadas na vertente do vale do Caima orientada a nascente e no vale da ribeira de Albergaria e suas subsidiárias, a partir do lugar de Frias.

 photo REN.jpg


No que se refere à Reserva Agrícola Nacional, esta condicionante ocupa 3,66 km², ou seja, cerca de 12,16% da área de estudo. Esta situa-se ao longo das margens da ribeira de Albergaria, no seu sector mais aplanado, ou seja, até ao lugar de Frias; a norte da Zona Industrial acompanha alguns cursos de água que têm origem na encosta voltada a poente e que acompanha a linha de cumeada com origem no monte da Nossa Sr.ª do Socorro, paralela ao corredor do IC2, com uma orientação norte-sul, indo desaguar já no concelho de Estarreja; e na envolvente dos lugares do Sobreiro e São Marcos, áreas planas onde se situam as principais manchas da RAN.

 photo RAN.jpg

Caracterização do Espaço Biofísico

Geologia, Pedologia e Litologia


A composição litológica de Albergaria é dominada pelas formações do período do Pré-Câmbrico, que ocupa a grande maioria da sua área, onde predominam as formações sedimentares e metamórficas compostas por xistos, anfibolitos, micaxistos, grauvaques quartzitos, rochas carbonatadas e gnaisses que dão origem a cambissolos. No quadrante oeste surge uma pequena faixa do período Plistocénico, com formações sedimentares de areias e cascalheiras. No quadrante sul sobressaem as formações sedimentares do Plio Plistocénico, com as suas areias, calhaus rolados, arenitos e argilas.

 photo Periodo Geologico AE.jpg photo Litologia designaccedilatildeo AE.jpg photo complexo litoloacutegico AE.jpg photo Pedologia AE.jpg

Altimetria e Hidrografia


A área de estudo é marcada por uma topografia pouco acidentada, com as cotas de altitude a aumentarem, gradualmente, de poente para nascente. Os principais acidentes topográficos, onde os declives são mais acentuados, correspondem ao monte da Nossa Sr.ª do Socorro, no extremo nordeste da área de estudo, à vertente orientada a Este do vale do rio Caima, onde se desenvolveram os lugares da Cruzinha e Açores, e ao vale da ribeira de Albergaria e ribeiras adjacentes, em particular no troço que corresponde à fronteira entre a freguesia de Albergaria e Angeja. Estas linhas de água são também os principais cursos de água permanentes presentes neste território.


 photo altimetria.jpg photo Linhas de Aacutegua2.jpg

Climatologia


O território em análise encontra-se na zona de transição entre a influência marítima e a continental, como referido nos capítulos anteriores e se comprova pelas diferenças de temperatura e precipitação. De facto, a temperatura média registada varia entre os 15º C e os 16º C, a oeste, e os 12,5º C e 15º C, a este. Simultaneamente, a precipitação acompanha esta diferenciação, registando-se uma repartição entre os 1000 e 1200 mm no quadrante sudoeste, e os 1200 e 1400 mm no quadrante nordeste.


 photo Temperatura AE.jpg photo Precipitaccedilatildeo AE.jpg

Paisagem

A classificação paisagística da área de estudo reflecte as nuances e comprova a especificidade deste território enquanto espaço de transição. Assim, a paisagem “Ribeira Subatlântica (regadio dominado)” predomina no quadrante Oeste, ocupando a maior parte da área de estudo, sucedendo-lhe, aproximadamente a partir da linha de cumeada da vertente direita da bacia do Caima, a “Ribeira Subatlântica (regadio dominante)”.


 photo Paisagem AE.jpg

Ocupação do Solo


De modo a analisar as mudanças verificadas no uso e ocupação do solo, recorreu-se à interpretação das Cartas de Ocupação do Solo (COS) de 1990 e 2007. Relativamente a 1990, a floresta ocupava a maior mancha, distribuindo-se por 19,55 km², correspondendo a aproximadamente 65% da área de estudo. Destes, 9,84 km² eram de povoamento florestal misto, 7,79 km² de folhosas e 1,93 km² de resinosas. Os meios seminaturais, dominados por ocupação arbustiva e herbácea, tinham pouca expressão na área de estudo, não chegando a ocupar 1 km². As áreas agrícolas, que ocupavam 6,23 km², ou seja, 20,69% da área de estudo, distribuíam-se numa heterogeneidade de pequenas parcelas na envolvente ou nos interstícios do perímetro urbano, das quais se destacavam, pelo seu peso relativo, as culturas anuais de regadio, os sistemas culturais e parcelares complexos e as culturas anuais e vinha. Quanto às áreas artificiais, ocupavam 11,4% da área de estudo, cerca de 3,43 km². A área com maior relevância diz respeito ao tecido urbano contínuo, identificado como correspondendo ao centro urbano de Albergaria-a-Velha e ao lugar do Sobreiro, verificando-se a sua predominância face ao espaço urbano descontínuo. Estes espaços ocupavam, no total, 1,70 km², sensivelmente a mesma área que se encontrava ocupada pelas infraestruturas e equipamentos. Entre estas, destacam-se os 1,05 km² de zonas industriais e comerciais, que correspondiam quase por inteiro à zona industrial de Albergaria, que nesta época se encontrava ainda na primeira fase de construção e desenvolvimento.

Na COS 2007 verificam-se algumas mudanças importantes na ocupação do solo, particularmente a diminuição das áreas agrícolas e o aumento das áreas artificiais. As primeiras viram a sua área diminuir em função do crescimento do perímetro urbano, registando, em 2007, 3,74 km² – 12,43% da área de estudo – sendo a maior parte ocupada por culturas temporárias. Os territórios artificializados, por sua vez, atingiram os 5,39 km², ou seja, 17,89% do território. Pela primeira vez, a área destinada a indústria, comércio e transportes suplantou a área ocupada pelo tecido urbano, com 2,41 km² e 2,40 km², respectivamente. As áreas ocupadas por florestas e meios naturais e seminaturais continuam a ser as mais representativas, atingindo quase 70% da área de estudo. No entanto, analisando as características destas manchas, verificamos que a área ocupada por florestas diminuiu cerca de 4 km², enquanto os espaços naturais e seminaturais atingiram mais de 5 km², sendo que em 1990 eram cerca de 5 vezes menores. 

 photo Area de estudo Nivel I_1.jpg photo Area de estudo Nivel II_1.jpg photo Area de estudo 2007 Nivel I_1.jpg photo Area de estudo 2007 Nivel II_1.jpg

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Lugares Estatísticos de Albergaria-a-Velha

A área de estudo é constituída pela totalidade da freguesia de Albergaria-a-Velha, tal como definido na BGRI dos Censos 1991, 2001 e 2011, juntamente com as subsecções estatísticas correspondentes aos lugares da Cruzinha e de Açores. Optou-se pela inclusão destes dois lugares, pertencentes à freguesia de Valmaior, por fazerem parte do continuum urbano da cidade de Albergaria-a-Velha. Além destes lugares, em 2011, fazem ainda parte da freguesia de Albergaria-a-Velha os lugares estatísticos de Assilhó, Campinho, Cavada Nova, Frias, São Marcos, Sobreiro e Taco.

O principal núcleo urbano da área de estudo é a cidade de Albergaria-a-Velha, que se encontra delimitada, a norte, pela variante da N16 e Zona Industrial, a este pelo IC2, a sul pela A25 e a oeste pela Ribeira de Albergaria. Estas barreiras, naturais ou construídas pelo homem, foram bastante importantes no desenvolvimento da cidade, contribuindo para a densificação e contenção da malha urbana, impedindo a sua dispersão pelo território. Os lugares de Assilhó e Campinho fazem parte do continuum urbano de Albergaria, não existindo qualquer barreira perceptível entre estes topónimos e o espaço circundante já que, ao longo do tempo, os interstícios entre os lugares foram sendo preenchidos por novos arruamentos e habitações. O crescimento destes aglomerados processa-se quer pelo preenchimento do interior dos antigos quarteirões e pela ocupação das vias envolventes ao núcleo antigo consolidado, quer pelo processo de ocupação sucessivo de toda a frente de construção das principais vias. A estes lugares optou-se por designar, doravante, lugares centrais, por constituírem o núcleo central e mais denso da área de estudo.

 photo Lugares Estatiacutesticos.jpg


Por sua vez, os lugares de Cavada Nova, Açores e Cruzinha encontram-se separados do centro da cidade pelo corredor do IC2, assumindo um povoamento aglomerado, mas difuso, sem formas de nucleação perceptíveis. São também os únicos lugares da freguesia que se encontram implantados sobre a bacia hidrográfica do Caima, na encosta do vale deste curso de água voltada a nascente. O lugar da Sr.ª do Socorro, de génese mais recente, separado também do centro da cidade pelo IC2, segue um modelo de povoamento linear ao longo da Estrada Municipal 556. O lugar do Taco corresponde ao espaço onde foi edificada a Zona Industrial de Albergaria-a-Velha. As poucas habitações existentes foram edificadas ao longo do IC2, em período anterior à entrada em vigor do PDM de Albergaria-a-Velha, não tendo relevância estatística, sendo por isso omisso na caracterização da área de estudo. O lugar do Sobreiro, por sua vez, segue um modelo de povoamento tipicamente linear, com a ocupação gradual da via estruturante N16. Recentemente iniciou-se uma ocupação de caminhos agrícolas perpendiculares, embora sem um planeamento programado, pelo que tal ocorre de forma desordenada e descontínua Neste lugar é ainda possível identificar algumas formas de nucleação recentes mais incipientes, diferenciando alguns locais ao longo das vias, sendo que a densidade de ocupação aqui é mais elevada. Estes lugares serão designados por lugares suburbanos.

Por último, os lugares de S. Marcos e Frias, que se encontram afastados do núcleo urbano de Albergaria-a-Velha, correspondem a aglomerados de génese rural, com tendência para um tipo de povoamento linear descontínuo, sendo designados por lugares periféricos.

A superfície da área de estudo tem 29,07 km² em 1991, 29,17 km² em 2001 e 30,1 km² em 2011, segundo a BGRI do INE. No sentido de uniformizar a análise da informação geográfica e facilitar a leitura da cartografia, utilizou-se a CAOP 2012, juntamente com as subsecções estatísticas de 2011 pertencentes à extinta freguesia de Valmaior e que se achou pertinente englobar na área de estudo, pelos motivos apontados, como base de análise para os estudos de localização e enquadramento.

 photo Edificado.jpg

Forma de Ocupação dos Alojamentos Familiares

Relativamente à forma de ocupação dos alojamentos, verificamos que os valores mais reduzidos no que se refere a proprietários ocupantes se reportavam a 1991. Entre 1991 e 2001 registou-se um aumento generalizado em todas as freguesias, verificando-se uma ligeira diminuição nos 10 anos seguintes. A freguesia de Albergaria-a-Velha é a que apresenta os valores mais reduzidos de proprietários ocupantes e os valores mais elevados de arrendatários. Estes, por sua vez, têm vindo a perder peso relativo no contexto das formas de ocupação, registando uma grande diminuição na freguesia de Albergaria-a-Velha, entre 1991 e 2001. Nas restantes freguesias verifica-se também uma pequena diminuição, com excepção das freguesias da Branca e São João de Loure, onde se regista um ligeiro aumento no número de arrendatários, entre 2001 e 2011. Esta oscilação poderá ser um indicador das condições financeiras dos agregados familiares, estando o aumento dos casos de alojamentos arrendados associados a um menor rendimento médio.

Em 2011, existiam 787 mil alojamentos familiares clássicos arrendados ou subarrendados ocupados como residência habitual em Portugal, dos quais 111 mil estavam localizados na Região Centro. No caso do país, estes representavam 19,7% do parque habitacional de alojamentos familiares de residência habitual enquanto na Região Centro estes eram apenas 12,4%. A média nacional era superada apenas em cinco municípios da Região Centro: Peniche, Nazaré, Aveiro, Coimbra e Covilhã, onde o peso dos arrendamentos era mais significativo. Face a 2001, os alojamentos arrendados e subarrendados ocupados como residência habitual aumentaram 9,8% na Região Centro, ou seja, acima do aumento médio nacional (6,3%). Este aumento ocorreu essencialmente no litoral da região, uma vez que a maioria dos decréscimos registados no número de alojamentos arrendados ou subarrendados se observou no interior. As maiores diminuições ocorreram em municípios do interior, enquanto os aumentos mais significativos se distribuem de forma heterogénea pela região: Oliveira do Bairro e Vagos no Baixo Vouga, Vila de Rei no Pinhal Interior Sul, Oliveira de Frades no Dão-Lafões e Batalha no Pinhal Litoral. O aumento médio do arrendamento e subarrendamento poderá evidenciar uma inversão no paradigma que marcou as últimas décadas relativamente ao acesso à propriedade através da aquisição de casa própria.


Verifica-se ainda que os alojamentos arrendados e subarrendados da Região Centro dispõem já, em termos médios, de boas infraestruturas: 99,4% dos alojamentos têm água canalizada, 98,8% têm sistema de drenagem de águas residuais, 97,5% têm instalação de banho ou duche e 37,1% têm lugar de estacionamento. Estas características dos alojamentos da região são muito semelhantes à média das observadas na totalidade dos alojamentos existentes no país.

 photo Forma de Ocupaccedilatildeo dos Alojamentos.jpg

AFCRHPO - Alojamento Familiar Clássico de Residência Habitual com Proprietário Ocupante
AFCRHARR - Alojamento Familiar Clássico de Residência Habitual Arrendado

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Alojamentos de Residência Habitual e Vagos

A construção de edifícios, nas últimas décadas, a um ritmo superior ao crescimento populacional e ao número de famílias, tem como consequência uma diminuição do número de alojamentos familiares de residência habitual, em particular entre 2001 e 2011. Se entre 1991 e 2011 a diminuição foi de apenas 1,45 p.p. para o total do concelho e 1,95 p.p. para a freguesia de Albergaria-a-Velha, havendo mesmo freguesias como Angeja, São João de Loure e Valmaior que contrariaram a tendência de descida; entre 2001 e 2011, a diminuição do total de alojamentos familiares de residência habitual foi muito mais acentuada, estendendo-se a todas as freguesias, atingindo os valores mais reduzidos em Frossos, Valmaior e Albergaria-a-Velha.

 photo Alojamentos Residecircncia Habitual.jpg


Estes valores são superiores aos da Região Centro, onde os alojamentos familiares de residência habitual representam agora 61,9% do total de alojamentos destinados às famílias na região, quando este peso era de 66,4% nos Censos de 2001.


A diminuição do total de alojamentos familiares de residência habitual tem como consequência imediata o aumento do número de alojamentos familiares vagos. Assim, no concelho de Albergaria-a-Velha, estes passaram de 9,09%, em 1991, para 10,05%, em 2001, atingindo 14,18%, em 2011. Ao nível das freguesias, a única que regista uma diminuição na última década é a de Ribeira de Fráguas, enquanto as restantes viram o seu número aumentar. Os valores mais elevados, em 2011, verificam-se em Valmaior, Albergaria-a-Velha e Branca.


Na região, o aumento do número de alojamentos vagos foi particularmente intenso, tendo crescido 51,5%. A Região Centro é mesmo a segunda região do país com maior peso dos alojamentos de residência secundária e dos alojamentos vagos no seu parque habitacional. Embora o aumento desta situação no parque habitacional ocorra em todo o país e na Região Centro, no litoral da região esta situação deve-se à existência de alojamentos nas zonas balneares para ocupação apenas em períodos de férias, enquanto no interior esta situação deve-se, em parte, à população que saiu desses territórios (por fenómenos de migração no país ou de emigração) mas que manteve os seus alojamentos.

 photo Alojamentos Vagos.jpg

 photo Alojamentos Vagos Quadros.jpg

Dinâmica do Parque Habitacional

O total de edifícios no concelho de Albergaria-a-Velha tem vindo a aumentar de forma acentuada. Ao nível das freguesias, este aumento nem sempre tem correspondido a uma variação populacional positiva. No período em análise, o aumento foi de cerca de 1100 novos edifícios entre 1991 e 2001, enquanto entre 2001 e 2011 rondou os 1500 edifícios novos.

Como seria de esperar pela evolução dos efectivos populacionais, as freguesias de Albergaria-a-Velha e Branca apresentam o maior número de edifícios. No entanto, se entre 1991 e 2001 o maior aumento se registou na primeira, entre 2001 e 2011 foi na segunda que o número de novos edifícios foi mais expressivo. Como o número de novos alojamentos familiares foi bastante superior em Albergaria-a-Velha em relação à freguesia da Branca, podemos deduzir que a diferença registada no número de novos edifícios se fica a dever às características do edificado, em particular ao número de alojamento por edifícios, que é superior na sede de concelho, com maior incidência dos edifícios plurifamiliares.

 photo Edifiacutecios Claacutessicos.jpg

O total de alojamentos familiares, tal como dos edifícios, tem vindo a aumentar durante o período em análise. No entanto, este aumento, que se cifrou em cerca de 2000 novos edifícios por década, desde 1991, é superior ao aumento do número de famílias clássicas, que se ficou pelas 1400, entre 1991 e 2001, sendo de 1000 nos dez anos seguintes. Esta discrepância resulta num aumento do número de alojamentos familiares vagos.

A construção de novos alojamentos, ocorrendo em todas as freguesias, foi mais intensa nas freguesias de Albergaria-a-Velha e Branca, com aproximadamente 2000 e 800 novos alojamentos, respectivamente. De uma forma menos significativa à escala concelhia, podemos apontar ainda o crescimento relativo do número de alojamentos familiares, na última década, nas freguesias de Alquerubim, São João de Loure e Valmaior, sendo esta freguesia aquela onde a variação foi maior.

 photo Alojamentos Familiares.jpg

 photo Alojamentos Familiares Quadro.jpg

Evolução da Estrutura Profissional

A estrutura profissional dos indivíduos residentes em Albergaria-a-Velha, quanto ao seu sector de actividade dos trabalhadores, tem acompanhado a evolução registada no país. Contudo, esta evolução não tem sido homogénea. Em 1991, a Ribeira de Fráguas apresenta ainda um maior peso relativo do sector primário em relação ao terciário, embora a maioria da população estivesse já empregada no sector secundário, paradigmático da ruralidade que caracterizava a freguesia. De resto, tal como na região do Baixo Vouga, era o sector secundário que detinha o maior número de empregados do concelho, embora em Albergaria-a-Velha o sector terciário tivesse já bastante próximo, com menos 1,5 p.p., aproximadamente. Em 2001, verificamos uma descida acentuada do peso do sector primário e uma ligeira descida do sector secundário que, ainda assim, detém a maioria dos residentes empregados. Neste ano, na freguesia de Albergaria-a-Velha, o sector terciário era já o principal empregador. Em 2011, no total concelhio, o sector terciário concentra a maioria da população empregada, sendo que apenas em Alquerubim, Angeja e Ribeira de Fráguas o sector secundário é ainda o predominante. Comparativamente com o Baixo Vouga, verifica-se que o concelho de Albergaria-a-Velha tem um maior peso relativo do sector secundário face aos restantes concelhos.

 photo Sector de Actividade Concelho.jpg

 photo Sector de Actividade Concelho Quadro.jpg

Se atendermos apenas à freguesia sede de Concelho, verificamos que a mudança de uma sociedade predominantemente empregada no sector secundário para o sector terciário ocorre bastante mais cedo que nas restantes freguesias, e até mesmo em relação à região do Baixo Vouga. Em 1991, a predominância do sector secundário é já bastante disputada pelo sector terciário, sendo este predominante em 2001, consolidando essa posição em 2011. Por último, destaca-se o facto de os valores registados nesta freguesia, no sector secundário e terciário, serem ligeiramente superiores à média da região.

 photo Sector de Actividade Freguesia.jpg

 photo Sector de Actividade Freguesia Quadro.jpg

A percentagem de população em idade activa registou um ligeiro aumento entre 1991 e 2001, tendo registado uma diminuição mais acentuada até 2011, em linha com os dados disponíveis para o Baixo Vouga e para Portugal. Na freguesia de Albergaria-a-Velha, por seu turno, não se verificou um aumento na primeira década, tendo esta apresentado uma diminuição contínua desde 1991, embora a um ritmo mais lento que o verificado em outra freguesias, em particular naquelas onde o Índice de Envelhecimento é mais elevado.

 photo Populaccedilatildeo Activa.jpg

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Nível de Qualificação da População Residente

A análise do nível de qualificação da população residente e em particular da população analfabeta permite-nos perceber a evolução registada no concelho de Albergaria-a-Velha e o que isso significou em melhoria no acesso ao emprego qualificado e consequente melhoria da qualidade de vida. Com valores bastantes inferiores aos registados para a Região Centro, o concelho apresentava, em 1991 e 2001, valores um pouco superiores à média do Baixo Vouga, situação que foi corrigida em 2011. A diminuição, mais intensa nos últimos dez anos, resulta em valores mais reduzidos nas freguesias de Frossos, Albergaria-a-Velha e Branca, valores estes que se encontram correlacionados com os registados no Índice de Envelhecimento, onde estas freguesias também apresentam os valores mais reduzidos. Por outro lado, Ribeira de Fráguas, Alquerubim e Angeja apresentam ainda valores bastante elevados, superiores à média da sub-região e do país.

 photo Ensino Analfabetismo.jpg


Quanto à população residente com um grau de ensino superior completo, esta tem aumentado desde 1991, de forma mais acelerada no último decénio. Os valores mais elevados surgem em Albergaria-a-Velha (16,76%, em 2011), onde se encontram mais de 50% dos indivíduos com ensino superior completo a residir no concelho. Esta é também a única freguesia que atinge um valor superior ao que se verifica na sub-região do Baixo Vouga (14,3%, em 2011) e que se encontra acima da média do concelho. De facto, em 2011, as restantes freguesias ainda atingem valores bastante inferiores aos do próprio concelho e da sub-região, sendo que os mais elevados se encontram na Branca (8,87%) e em Valmaior (6,94%).

 photo Ensino Superior.jpg

Evolução da Estrutura Familiar

O número de famílias clássicas no concelho de Albergaria-a-Velha tem vindo a aumentar desde 1991. Este aumento foi mais significativo entre 1991 e 2001, com um acréscimo de sensivelmente 1400 famílias, que se verificou em quase todas as freguesias, com excepção de São João de Loure, onde se registou uma estagnação. Entre 2001 e 2011, o aumento ficou-se pelas 1000 famílias, sendo que em Angeja se verificou uma ligeira diminuição e em Frossos e Ribeira de Fráguas uma estagnação. O maior aumento no número de famílias clássicas, nos dois períodos em análise, verificou-se na freguesia de Albergaria-a-Velha.

 photo Famiacutelias Claacutessicas.jpg

Este aumento no número de famílias deve-se, além do crescimento populacional, à atomização dos núcleos familiares, ou seja, a diminuição do número de elementos por agregado. Com efeito, a estrutura das famílias clássicas tem vindo a alterar-se ao longo do período em análise, com a diminuição do número de famílias com cinco ou mais elementos e o aumento do número de famílias com apenas um ou dois elementos. Entre 1991 e 2001 verifica-se ainda um ligeiro aumento do número de famílias com três ou quatro elementos, sendo que em 2011 se verifica já uma diminuição deste grupo.

A freguesia de Albergaria-a-Velha, em 1991, era a que registava um menor número relativo de famílias clássicas com mais de cinco elementos. Em 2011, a atomização dos núcleos familiares é ainda mais evidente, sendo a freguesia com menor percentagem de famílias clássicas com cinco ou mais elementos e uma das que tem mais núcleos unifamiliares ou com dois elementos, apenas ultrapassada pela freguesia de Frossos. A proporção de famílias com 5 ou mais elementos atinge os valores mais elevados em Angeja, embora seja a Branca que concentra o maior peso relativo de famílias numerosas, com três ou mais elementos, situação que já se verificava em 1991. 

 photo Famiacutelias Claacutessicas Composiccedilatildeo.jpg

Esta heterogeneidade evidencia as diferenças entre uma comunidade com características urbanas em Albergaria-a-Velha e as restantes freguesias, com traços ainda de uma certa ruralidade que se vem desvanecendo.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Envelhecimento da População Residente

Ao longo dos últimos 30 anos observa-se uma tendência de diminuição dos valores do Índice de Juventude (definido como o quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos e o número de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos) e um aumento dos valores do Índice de Envelhecimento em todas as freguesias, embora a ritmos diferentes. Mais intensa na maioria das freguesias rurais, esta evolução é mais lenta nas freguesias de Albergaria-a-Velha, Branca e Frossos. De facto, se em 1991 apenas a Branca, Frossos e Ribeira de Fráguas registavam um Índice de Juventude superior à média nacional, em 2001 somente Angeja e Valmaior se encontram abaixo dessa média. Em 2011, apenas Albergaria-a-Velha, Branca e Frossos registam valores superiores à média do país. 

Os valores registados em Albergaria-a-Velha reflectem a dinâmica populacional da freguesia, em particular a sua capacidade em atrair os fluxos migratórios. Pelo contrário, a freguesia de Ribeira de Fráguas, que apresentava em 1991 um elevado Índice de Juventude, em virtude do elevado número de filhos por família, característico da sociedade rural, em 2001 apresenta já o valor mais reduzido do concelho, resultado do rápido envelhecimento da população e da diminuição da sua população em idade activa, em consequência da emigração para a sede de concelho e outros destinos.

 photo Iacutendice de Juventude.jpg

 photo Iacutendice de Juventude Quadro.jpg

Quanto ao Índice de Envelhecimento (definido como o quociente entre o número de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos), em 1991, Branca, Frossos e Ribeira de Fráguas apresentam valores inferiores à média nacional; em 2001, essa média é superada apenas por Angeja e Valmaior; em 2011, as freguesias que apresentam valores inferiores à média nacional são apenas Albergaria-a-Velha, Branca e Frossos. Embora o envelhecimento da população seja generalizado, observa-se, novamente, a trajectória de envelhecimento acentuado registado em Ribeira de Fráguas, mas também em Angeja. Por outro lado, as freguesias de cariz urbano mais vincado apresentam os valores mais reduzidos. Esta dinâmica pode ser explicada, novamente, pela composição dos fluxos migratórios, que privilegiam as freguesias urbanas.

 photo Iacutendice de Envelhecimento.jpg

 photo Iacutendice de Envelhecimento Quadro.jpg

No que diz respeito ao Índice de Dependência (definido como o quociente entre o somatório de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos e as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos), verifica-se que as freguesias de Albergaria-a-Velha, Branca e Frossos são as que apresentam os valores mais reduzidos e inferiores à média nacional e regional, em particular a partir de 2001 e com tendência de consolidação.

 photo Iacutendice de Dependecircncia Total.jpg

 photo Iacutendice de Dependecircncia Total Quadro.jpg

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Carta de Ocupação do Solo

A interpretação das Cartas de Ocupação do Solo (COS) de 1990 e 2007 permite-nos analisar as mudanças verificadas no uso e ocupação do solo em Albergaria. Relativamente a 1990, a floresta ocupava a maior mancha, distribuindo-se por 19,55 km², correspondendo a aproximadamente 65% da área analisada. Destes, 9,84 km² eram de povoamento florestal misto, 7,79 km² de folhosas e 1,93 km² de resinosas. Os meios semi-naturais, dominados por ocupação arbustiva e herbácea, tinham pouca expressão, não chegando a ocupar 1 km². As áreas agrícolas, que ocupavam 6,23 km², ou seja, 20,69% da área em causa, distribuíam-se numa heterogeneidade de pequenas parcelas na envolvente ou nos interstícios do perímetro urbano, das quais se destacavam, pelo seu peso relativo, as culturas anuais de regadio, os sistemas culturais e parcelares complexos, as culturas anuais e a vinha. 


Quanto às áreas artificiais, estas ocupavam 11,4% da área de estudo, cerca de 3,43 km². A área com maior relevância diz respeito ao tecido urbano contínuo, identificado como correspondendo ao centro urbano de Albergaria-a-Velha e ao lugar do Sobreiro, verificando-se a sua predominância face ao espaço urbano descontínuo. Estes espaços ocupavam, no total, 1,70 km², sensivelmente a mesma área que se encontrava ocupada pelas infraestruturas e equipamentos. Entre estas, destacam-se os 1,05 km² de zonas industriais e comerciais, que correspondiam quase por inteiro à zona industrial de Albergaria, que nesta época se encontrava ainda na primeira fase de construção e desenvolvimento.

Na COS 2007 verificam-se algumas mudanças importantes na ocupação do solo, particularmente a diminuição das áreas agrícolas e o aumento das áreas artificiais. As primeiras viram a sua área diminuir em função do crescimento do perímetro urbano, registando, em 2007, 3,74 km² – 12,43% da área de estudo – sendo a maior parte ocupada por culturas temporárias. Os territórios artificializados, por sua vez, atingiram os 5,39 km², ou seja, 17,89% do território. Pela primeira vez, a área destinada a indústria, comércio e transportes suplantou a área ocupada pelo tecido urbano, com 2,40 km² e 2,41 km², respectivamente. As áreas ocupadas por florestas e meios naturais e semi-naturais continuam a ser as mais representativas, atingindo quase os 70% da área de estudo. No entanto, analisando as características destas manchas, verificamos que a área ocupada por florestas diminuiu cerca de 4 km², enquanto os espaços naturais e semi-naturais, por sua vez, atingiram mais de 5 km², enquanto em 1990 eram cerca de cinco vezes menores.


 photo Area de estudo Nivel I.jpg

 photo Area de estudo 2007 Nivel I.jpg

 photo Area de estudo Nivel II.jpg

 photo Area de estudo 2007 Nivel II.jpg

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Evolução da População Residente por Freguesia

O concelho de Albergaria tem registado um crescimento demográfico positivo ao longo do período 1960-2011, na ordem dos 36,9%. Contudo, o crescimento tem sido heterogéneo, apresentando uma evolução demográfica distinta nas oito freguesias. Ao analisar a variação da sua população entre 1960 e 2011, verifica-se que Albergaria-a-Velha e Branca registaram a dinâmica demográfica mais positiva, concentrando mais de 50% da população total e um ritmo de crescimento da população residente mais intenso (119,5% e 35,1%, respectivamente), no período considerado.

Resultado da centralização de equipamentos e serviços, o núcleo urbano da cidade de Albergaria-a-Velha tem vindo a registar uma densificação acentuada. Verificou-se também um crescimento linear no lugar do Sobreiro, ao longo da antiga EN16, a via de ligação entre a sede de concelho e a cidade de Aveiro. A freguesia da Branca registou igualmente um crescimento linear que se concentrou em grande parte ao longo da EN1/IC2. Nesta via instalaram-se serviços diversificados, conferindo-lhe assim algumas características urbanas sem assumir as características típicas de centro urbano, influenciando negativamente o desenvolvimento e organização das funções urbanas da freguesia. Assim, e uma vez que grande parte da sua população mantém a agricultura como actividade complementar de subsistência, a freguesia conservou um carácter predominantemente rural, não se assumindo como núcleo urbano consolidado. 

No que diz respeito às restantes freguesias, Alquerubim (18,9%), Valmaior (10,3%), Frossos (6,2%) e Angeja (5,9%) registaram uma variação positiva da população residente, embora essa dinâmica não tenha sido homogénea nem constante, alternando períodos de crescimento com outros em que ocorreu uma diminuição dos efectivos populacionais. A freguesia de Valmaior sofreu uma perda significativa de população na década de 60 (cerca de 11,5%), recuperando nas décadas seguintes. A dinâmica demográfica apresentada por esta freguesia encontra-se condicionada, em parte, pela sua topografia acidentada e pela presença do Rio Vouga e sua bacia de cheia, que limitam a disponibilidade de terrenos urbanos, bem como a proximidade ao centro urbano de Albergaria-a-Velha 

Na zona sul do concelho, três das quatro freguesias apresentaram um acentuado crescimento demográfico entre 1960 e 2011, com excepção de São João de Loure. Esta freguesia, apesar de ser a que tradicionalmente regista uma das maiores densidades populacionais (184,31 hab/km2, em 2011), nas últimas décadas tem registado uma dinâmica demográfica negativa. Embora registe um elevado crescimento populacional na década de setenta, a década de oitenta é já de abrandamento significativo no crescimento, apresentando uma diminuição de população nas décadas seguintes. Este facto resulta de vários factores, entre os quais a dificuldade de implantação de novas habitações em virtude de grande parte da freguesia se encontrar incluída em Reserva Agrícola Nacional e em Rede Natura, assim como a escassez de equipamentos e serviços.

A freguesia de Frossos, no período em análise (60/11), apresentou um crescimento demográfico positivo de 6,2%, embora com algumas oscilações. Na década de sessenta perdeu 8.4% da sua população, enquanto na década seguinte recuperou e aumentou a sua população residente em 19,7%. Na década de oitenta voltou a aumentar a sua população em cerca de 11,9%, mas na década de noventa registou nova perda de 6%, que se prolongou na década seguinte com nova diminuição de 8%. Esta freguesia comporta apenas 3,9% da população total do concelho e apresenta uma densidade de 121,84 habitantes por km². Note-se, no entanto, comparativamente às outras freguesias do concelho, a sua reduzida dimensão, com apenas 7,95 km². 

Relativamente à freguesia de Alquerubim, no período de tempo em análise verifica-se que registou uma dinâmica de crescimento relativamente elevada, aumentando em 18,9% a sua população residente. No entanto, esta dinâmica não foi a mesma ao longo do tempo. Durante a década de 60 houve uma ligeira perda de população (0,1%), contrastando com a década seguinte, em que obteve um crescimento acentuado na ordem dos 19,4%. Nas décadas seguintes, a população residente estabilizou, verificando-se oscilações que não ultrapassaram 1%. De notar que Alquerubim, em 2011, é a terceira freguesia do concelho com maior peso relativo em termos populacionais e uma densidade populacional de 155,01 hab/km². 

A freguesia de Angeja, de acordo com os resultados dos vários censos, apresenta um crescimento populacional global positivo (18,5%), tendo, no entanto, um ritmo bastante invulgar. Assim, durante as décadas de 60 e 70, o crescimento foi positivo na ordem dos 2% e 15,9%, respectivamente. Note-se que apenas Angeja e Branca tiveram um crescimento positivo na década de 60. Na década de oitenta, a freguesia sofreu um decréscimo populacional bastante significativo (-44,4%) tendo, na década seguinte, registado um aumento bastante significativo (80,1%). Esta oscilação de valores reflecte, no entanto, um erro estatístico nos censos de 1991. Note-se que embora condicionada pelo facto de uma grande percentagem da sua área estar incluída em RAN, REN e Rede Natura, esta freguesia beneficia da proximidade a concelhos com uma importante dinâmica industrial e terciária, nomeadamente Águeda, Aveiro e Estarreja. A densidade populacional desta freguesia é condicionada pelas referidas reservas administrativas de âmbito nacional e europeu. Estes condicionalismos ao desenvolvimento do povoado reflecte-se na densidade populacional, que se situa nos 97,55 hab/km2, em 2011.

Nas restantes freguesias, verificou-se uma dinâmica demográfica negativa, com uma variação de -0,7% na Ribeira de Fráguas e -1% em São João de Loure. No período entre 2001 e 2011, Ribeira de Fráguas apresentou uma variação populacional negativa, com uma diminuição na ordem dos -8,3%. Na década de 60, registou uma ligeira diminuição da população, situação que foi compensada nas décadas seguintes, mas a um ritmo lento e decrescente a partir da década de noventa. De referir que Ribeira de Fráguas, apesar de ser a terceira maior freguesia do concelho, é aquela que apresenta menor densidade populacional (64 hab/km2), sendo responsável por apenas 6,8% do total da população concelhia, porventura devido às características peculiares da sua orografia acidentada.


 photo populaccedilatildeo residente freguesias.jpg

 photo populaccedilatildeo residente freguesias_grafico.jpg