terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Caracterização do Espaço Biofísico

Geologia, Pedologia e Litologia


A composição litológica de Albergaria é dominada pelas formações do período do Pré-Câmbrico, que ocupa a grande maioria da sua área, onde predominam as formações sedimentares e metamórficas compostas por xistos, anfibolitos, micaxistos, grauvaques quartzitos, rochas carbonatadas e gnaisses que dão origem a cambissolos. No quadrante oeste surge uma pequena faixa do período Plistocénico, com formações sedimentares de areias e cascalheiras. No quadrante sul sobressaem as formações sedimentares do Plio Plistocénico, com as suas areias, calhaus rolados, arenitos e argilas.

 photo Periodo Geologico AE.jpg photo Litologia designaccedilatildeo AE.jpg photo complexo litoloacutegico AE.jpg photo Pedologia AE.jpg

Altimetria e Hidrografia


A área de estudo é marcada por uma topografia pouco acidentada, com as cotas de altitude a aumentarem, gradualmente, de poente para nascente. Os principais acidentes topográficos, onde os declives são mais acentuados, correspondem ao monte da Nossa Sr.ª do Socorro, no extremo nordeste da área de estudo, à vertente orientada a Este do vale do rio Caima, onde se desenvolveram os lugares da Cruzinha e Açores, e ao vale da ribeira de Albergaria e ribeiras adjacentes, em particular no troço que corresponde à fronteira entre a freguesia de Albergaria e Angeja. Estas linhas de água são também os principais cursos de água permanentes presentes neste território.


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Climatologia


O território em análise encontra-se na zona de transição entre a influência marítima e a continental, como referido nos capítulos anteriores e se comprova pelas diferenças de temperatura e precipitação. De facto, a temperatura média registada varia entre os 15º C e os 16º C, a oeste, e os 12,5º C e 15º C, a este. Simultaneamente, a precipitação acompanha esta diferenciação, registando-se uma repartição entre os 1000 e 1200 mm no quadrante sudoeste, e os 1200 e 1400 mm no quadrante nordeste.


 photo Temperatura AE.jpg photo Precipitaccedilatildeo AE.jpg

Paisagem

A classificação paisagística da área de estudo reflecte as nuances e comprova a especificidade deste território enquanto espaço de transição. Assim, a paisagem “Ribeira Subatlântica (regadio dominado)” predomina no quadrante Oeste, ocupando a maior parte da área de estudo, sucedendo-lhe, aproximadamente a partir da linha de cumeada da vertente direita da bacia do Caima, a “Ribeira Subatlântica (regadio dominante)”.


 photo Paisagem AE.jpg

Ocupação do Solo


De modo a analisar as mudanças verificadas no uso e ocupação do solo, recorreu-se à interpretação das Cartas de Ocupação do Solo (COS) de 1990 e 2007. Relativamente a 1990, a floresta ocupava a maior mancha, distribuindo-se por 19,55 km², correspondendo a aproximadamente 65% da área de estudo. Destes, 9,84 km² eram de povoamento florestal misto, 7,79 km² de folhosas e 1,93 km² de resinosas. Os meios seminaturais, dominados por ocupação arbustiva e herbácea, tinham pouca expressão na área de estudo, não chegando a ocupar 1 km². As áreas agrícolas, que ocupavam 6,23 km², ou seja, 20,69% da área de estudo, distribuíam-se numa heterogeneidade de pequenas parcelas na envolvente ou nos interstícios do perímetro urbano, das quais se destacavam, pelo seu peso relativo, as culturas anuais de regadio, os sistemas culturais e parcelares complexos e as culturas anuais e vinha. Quanto às áreas artificiais, ocupavam 11,4% da área de estudo, cerca de 3,43 km². A área com maior relevância diz respeito ao tecido urbano contínuo, identificado como correspondendo ao centro urbano de Albergaria-a-Velha e ao lugar do Sobreiro, verificando-se a sua predominância face ao espaço urbano descontínuo. Estes espaços ocupavam, no total, 1,70 km², sensivelmente a mesma área que se encontrava ocupada pelas infraestruturas e equipamentos. Entre estas, destacam-se os 1,05 km² de zonas industriais e comerciais, que correspondiam quase por inteiro à zona industrial de Albergaria, que nesta época se encontrava ainda na primeira fase de construção e desenvolvimento.

Na COS 2007 verificam-se algumas mudanças importantes na ocupação do solo, particularmente a diminuição das áreas agrícolas e o aumento das áreas artificiais. As primeiras viram a sua área diminuir em função do crescimento do perímetro urbano, registando, em 2007, 3,74 km² – 12,43% da área de estudo – sendo a maior parte ocupada por culturas temporárias. Os territórios artificializados, por sua vez, atingiram os 5,39 km², ou seja, 17,89% do território. Pela primeira vez, a área destinada a indústria, comércio e transportes suplantou a área ocupada pelo tecido urbano, com 2,41 km² e 2,40 km², respectivamente. As áreas ocupadas por florestas e meios naturais e seminaturais continuam a ser as mais representativas, atingindo quase 70% da área de estudo. No entanto, analisando as características destas manchas, verificamos que a área ocupada por florestas diminuiu cerca de 4 km², enquanto os espaços naturais e seminaturais atingiram mais de 5 km², sendo que em 1990 eram cerca de 5 vezes menores. 

 photo Area de estudo Nivel I_1.jpg photo Area de estudo Nivel II_1.jpg photo Area de estudo 2007 Nivel I_1.jpg photo Area de estudo 2007 Nivel II_1.jpg

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